Cientistas da Universidade de Yale (EUA) acabam de confirmar que uma tartaruga gigante de 100 anos encontrada numa ilha de Galápagos é mesmo da espécie Chelonoidis phantasticus. A descoberta é considerada extraordinária, uma vez que a espécie já era considerada extinta.
A tartaruga-gigante-de-Fernandina, uma ilha do arquipélago de Galápagos, foi avistada pela última vez em 1906. Portanto, 112 anos atrás.
Para tentar assegurar a sua sobrevivência, cientistas decidiram lançar uma operação urgente em busca de outros animais da mesma espécie. A expectativa é encontrar um macho que possa cruzar com a fêmea recém-encontrada. Embora tenha 100 anos de idade, a tartaruga ainda está na sua idade reprodutiva, uma vez que esses animais costumam viver até 200 anos.
Descoberta extraordinária
A tartaruga-gigante-de-Fernandina foi descoberta na ilha do mesmo nome em 2019 por uma equipe da Galapagos Conservancy e pela Diretoria do Parque Nacional de Galápagos. A equipe liderada pelo professor Washington Tapia já suspeitava tratar-se de um animal da espécie considerada extinta.
Para confirmar a suspeita, entretanto, seria necessária a realização de uma série de exames. Amostras de sangue foram colhidas e enviadas para a universidade de Yale, que revelou que o animal é mesmo da espécie tartaruga-gigante-de-Fernandina. “Foi basicamente como ganhar um Oscar”, comemorou o professor Tapia.
Enquanto tenta encontrar um macho para cruzar com a fêmea, a equipe de cientistas decidiu transferir a tartaruga “Fern”, como passou a ser chamada, para um centro de procriação na Ilha de Santa Cruz, também no arquipélago de Galápagos.
“A redescoberta dessa espécie perdida pode ter ocorrido bem na hora de salvá-la. Agora precisamos concluir com urgência a busca da ilha para encontrar outras tartarugas”. É o que diz James Gibbs, vice-presidente de Ciência e Conservação da Galapagos Conservancy e especialista em tartarugas da Universidade Estadual de Nova York.
“Queremos evitar que Fern tenha o mesmo destino de George”, disse Danny Rueda Córdoba, Diretor do Parque Nacional de Galápagos. Ele se refere a um macho de tartaruga gigante Pinta que morreu em 2012, o último animal da sua espécie que, então, foi declarada extinta.
Os cientistas estão otimistas. Expedições já realizadas na mesma ilha localizaram trilhas de tartaruga no solo a aproximadamente 1,6 quilômetro de onde descobriram a fêmea. A próxima expedição na ilha deverá ser realizada a partir de setembro.
Preservação de espécies
No total, 15 espécies de tartarugas foram identificadas em Galápagos. Dessas, duas foram extintas e 12 estão ameaçadas de extinção. A décima quinta também está extinta, mas nem sempre ela é incluída em listas oficiais, uma vez que nunca foi descrita formalmente.
Mas a Galapagos Conservancy tem um trabalho de excelência na procriação de tartarugas em cativeiro. Cerca de 7 mil animais já nasceram nos seus centros de reprodução e, posteriormente, foram soltos na natureza.
Uma espécie da Ilha Espanhola, por exemplo, do qual haviam restado apenas 14 tartarugas, tem agora uma população superior a mil indivíduos. Graças ao trabalho da Galapagos Conservancy, a espécie não corre mais risco de ser extinta.
Para ajudar a financiar as novas expedições na ilha Fernandina em busca de um parceiro para Fern, os cientistas lançaram uma campanha para arrecadação de fundos.
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Talvez melhor fora para ela continuar supostamente extinta porque o fato de ter sido redescoberta a torna mais vulnerável. Humanos bonzinhos são poucos.
Verdade !