É para comemorar! Em menos de um ano, o mundo já tem duas vacinas contra a Covid-19 com eficácia de mais de 90% e nos próximos dias outras serão anunciadas. Embora o processo de vacinação da população ao redor do mundo seja extremamente complexo, podendo durar alguns meses, só o fato de sabermos que já existem medicamentos eficazes contra a doença já é um alívio.
Descobrir um imunizante para uma doença que alarmou o mundo e já matou mais de 1,5 milhão de pessoas num espaço tão curto de tempo é um feito extraordinário da ciência. Descobrir vários, então, é algo excepcional, talvez nunca visto na história da humanidade.
Até hoje, a vacina desenvolvida no mundo com maior rapidez foi a do sarampo: demorou dez anos para ficar pronta. O vírus causador da doença foi identificado em 1953, enquanto a vacina foi aprovada em 1963.
No caso da Covid, logo após o registro do primeiro caso em dezembro, na China, pesquisadores do país conseguiram sequenciar os dados genéticos do vírus e compartilharam os resultados com a comunidade científica do resto do mundo. O que foi fundamental para o início da corrida em busca de uma vacina em vários países do mundo.
Dez vacinas na fase final
No início de agosto, a Rússia registrou a primeira vacina do mundo contra a Covid, a Sputnik V, embora a notícia tenha sido recebida com desconfiança, uma vez que o imunizante não tinha passado ainda pela última fase de testes, feitos para comprovar sua segurança e eficácia.
Mas o governo russo assegura que ela tem eficácia de 94% e a prefeitura de Moscou vai começar a vacinar a sua população a partir de sábado (5-11). Na próxima semana, por determinação do presidente Vladimir Putin, a vacinação será realizada em todo o país.
No dia 18 de novembro, os laboratórios Pfizer e BioNTech anunciaram, oficialmente, que os testes finais de sua vacina haviam demonstrado eficácia de 95%. Essa vacina começará a ser usada nos próximos dias no Reino Unido e, em breve, em outros países da Europa.
No finalzinho de novembro foi a vez do laboratório americano Moderna anunciar que a sua vacina também era bastante eficaz: 94%, além de ser 100% eficiente para evitar casos graves da doença.
Também em novembro a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca anunciaram que a sua vacina tem eficácia que pode chegar a 90%, embora os dados estejam sendo revistos. A vacina de Oxford foi testada em mais de 7 mil brasileiros e o governo federal já assegurou a compra de 100 milhões de doses do imunizante.
Coronavac próxima
E provavelmente teremos na próxima semana os resultados dos testes da fase 3 da vacina da chinesa Sinovac, a Coronavac, que foi testada em mais de 13 mil brasileiros, num trabalho coordenado pelo Instituto Butantan, de São Paulo.
As expectativas sobre a eficácia dessa vacina, pelos dados colhidos até agora, são bastante animadoras. O país deverá dispor de 46 milhões de doses do imunizante entre dezembro e o início do próximo ano e o governo de São Paulo já anunciou que vai começar a vacinar a sua população em janeiro.
É também esperado para breve o anúncio do resultados dos testes da fase 3 da vacina desenvolvida pela Johnson (também sendo testada no Brasil) e outras três da China que também estão na última fase (algumas, inclusive, já sendo usadas em caráter emergencial).
Estamos falando, portanto, de dez vacinas contra a Covid-19 que ainda este mês deverão ter, todas elas, sua eficácia comprovada. E sua liberação para uso em grande escala será questão de dias. A da Pfizer, por exemplo, já foi autorizada no Reino Unido e o mesmo deverá ocorrer na próxima semana nos Estados Unidos. A vacina da Moderna está também muito próxima de ser liberada pelo governo norte-americano e em países da Europa.
A revolução do RNA mensageiro
O desenvolvimento de várias vacinas contra a Covid-19 traz também uma outra ótima notícia para a humanidade. Pela primeira vez, laboratórios como Pfizer, BioNTech e Moderna conseguiram desenvolver um imunizante usando um novo método que nunca havia funcionado em humanos: O RNA mensageiro.
Trata-se de uma tecnologia que os cientistas consideram revolucionária e abre caminhos para a descoberta de tratamentos para vários tipos de doença.
A maior parte das vacinas é feita com um vírus atenuado ou com um fragmento dele, que faz com que nosso sistema imunológico produza anticorpos. Já as vacinas de RNA mensageiro, como as desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech e pela Moderna, buscam fazer o nosso próprio corpo produzir uma proteína do vírus — mas sem colocá-lo dentro de nós.
Seja com a tecnologia mais moderna, seja com a convencional, o fato é que já se pode dizer que com as várias vacinas que estão surgindo mundo afora (e o mundo precisará de todas), em um espaço não muito grande de tempo lembraremos da Covid-19 apenas como um pesadelo. Que assim seja!
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