O empresário Bill Gates, cofundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do mundo, vai doar quase toda sua fortuna restante à Fundação Gates. O objetivo é claro: investir mais de US$ 200 bilhões, o equivalente a R$ 1,136 trilhão, até 2045, ano em que a fundação encerrará suas atividades. Boa parte dos recursos serão usados para o combate à pobreza
O anúncio veio por meio de uma carta aberta, publicada nesta quinta-feira (8). Nela, Gates reforça seu compromisso com causas sociais, como o combate à pobreza e às doenças infecciosas.
“Quero garantir que o mundo avance nos próximos 20 anos”, declarou o bilionário. Ele quer fazer a diferença ainda em vida.
Uma fundação com impacto global
Desde a sua criação, no ano 2000, a Fundação Gates já destinou US$ 53,8 bilhões, o equivalente a R$ 305 bilhões, a projetos em saúde, educação e desenvolvimento. A organização apoia iniciativas como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Gavi (Aliança para Vacinas) e a Iniciativa Global para a Erradicação da Poliomielite (GPEI).
Além disso, Bill Gates revelou que já doou mais de US$ 100 bilhões ((cerca de R$ 568 bilhões) a causas filantrópicas. A fundação recebeu diretamente US$ 60 bilhões (R$ 340,8 bilhões) desse total. Atualmente, a instituição conta com US$ 71,3 bilhões em ativos líquidos. Para 2025, o orçamento aprovado é de US$ 8,7 bilhões.
Novo nome, mesmo propósito
Criada originalmente como Fundação Bill e Melinda Gates, a entidade passou a se chamar apenas Fundação Gates em 2024. A mudança ocorreu após a saída de Melinda French Gates, três anos depois do divórcio do casal.
O investidor Warren Buffett, sócio de Gates e fundador da Berkshire Hathaway, também contribuiu com doações bilionárias à organização. Gates o chamou de “o maior exemplo de generosidade” e fez questão de homenageá-lo.
Ao anunciar a doação bilionária, Gates fez críticas a Elon Musk, considerado hoje o homem mais rico do mundo, que integra a equipe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O dono da Microsoft acusou Musk de “matar as crianças mais pobres do mundo” com enormes cortes no orçamento de ajuda humanitária dos EUA.
“A imagem do homem mais rico do mundo matando as crianças mais pobres do mundo não é bonita”, disse Gates ao jornal americano Financial Times. O Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Musk, acabou com a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), que anteriormente forneceu bilhões em financiamento para várias partes do mundo, desde vacinas para crianças até assistência alimentar emergencial.
Prioridades para os próximos 20 anos
Bill Gates traçou metas ambiciosas para as próximas duas décadas. As três prioridades da fundação são:
- Reduzir a mortalidade infantil;
- Combater doenças infecciosas como poliomielite, sarampo, malária e dracunculose;
- Investir em projetos educacionais de impacto global.
Com essa estratégia, a fundação pretende deixar um legado duradouro. Gates espera que outros bilionários sigam seu exemplo.
“Espero que pessoas ricas percebam o quanto podem melhorar a vida dos mais pobres”, afirmou.
Um novo capítulo na filantropia
Segundo a revista Forbes, a fortuna atual de Bill Gates é estimada em US$ 113 bilhões. Com a decisão, grande parte desse valor será redirecionado para iniciativas sociais.
Enquanto outros bilionários disputam os primeiros lugares na lista dos mais ricos do mundo — como Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos —, Gates escolhe um caminho diferente: usar sua riqueza para transformar o mundo.
