Uma notícia extraordinária. Nos últimos anos, a cura do diabetes tipo 2 tem sido pesquisada em várias partes do mundo. Recentemente, um paciente foi curado pela primeira vez na história por cientistas de Xangai, na China, utilizando um tratamento experimental que envolveu o transplante de células pancreáticas. Os resultados da pesquisa foram publicados na prestigiada revista científica Nature.
A identidade do paciente do Hospital Shanghai Changzheng não foi revelada, mas sabe-se que ele tem 59 anos e viveu com diabetes tipo 2 por 25 anos. Há pelo menos três anos, ele não precisa mais tomar insulina.
Células mononucleares do sangue do próprio paciente foram usadas pelos médicos e reprogramadas em células-tronco. Em seguida, o tecido de pequenos grupos de células especiais no pâncreas (chamadas ilhotas pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina) foi reconstruído em um ambiente artificial.
Segundo os cientistas, as ilhotas pancreáticas do paciente perderam a função após um transplante de rim, o que o obrigava a tomar insulina diariamente. O tratamento experimental ocorreu em 2021, e posteriormente, o paciente não precisou mais tomar a insulina e outros medicamentos para diabetes.
Conforme revelado pelo estudo, o procedimento recuperou completamente a função das ilhotas pancreáticas. Os médicos envolvidos esperam que este tratamento também possa evitar a progressão das complicações diabéticas.
Para alcançar conclusões definitivas sobre o papel das ilhotas pancreáticas e o alcance das metas glicêmicas, será necessário aumentar o número de amostras analisadas no estudo. Essa etapa crucial permitirá a validação dos resultados e a generalização das descobertas para uma população mais ampla de pacientes com diabetes.
“Estudos futuros são necessários para estender a aplicação do transplante de ilhotas derivadas de células-tronco a outros subtipos de diabetes e para gerar produtos prontos para uso que curem o diabetes sem a necessidade de imunossupressão”, diz o estudo.
Diabetes tipo 2
Segundo especialistas, o diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não utiliza adequadamente a insulina produzida. Fatores como sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados podem influenciar diretamente.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, atualmente no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas com diabetes, representando 6,9% da população nacional. O Ministério da Saúde afirma que cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil têm diabetes tipo 2.
Na China, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) existem cerca de 140 milhões de pessoas com diabetes.
Detalhes do Estudo:
- Paciente de 59 anos com diabetes tipo 2 há 25 anos recebeu transplante em 2021.
- Células mononucleares do sangue periférico do paciente foram revertidas em células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) autólogas.
- As iPSCs foram diferenciadas em “células-semente” e utilizadas para reconstruir o tecido das ilhotas pancreáticas em laboratório.
- Onze semanas após o transplante, o paciente foi desmamado da insulina e a medicação oral para controle da glicemia foi gradualmente eliminada.
- Acompanhamentos demonstram restauração da função das ilhotas pancreáticas e função renal normal.
Com informações de agências internacionais