Um novo estudo revela que as mudanças que todo o mundo está fazendo em direção à energia renovável pode estar gerando resultados positivos muito mais rapidamente do que se esperava inicialmente. E as emissões de gases causadores do efeito estufa pela China tem tudo a ver com esse otimismo.
Como parte do Acordo de Paris, a China prometeu aumentar suas emissões de gás carbônico somente até 2030, mas o país asiático pode já ter cumprido esse compromisso 12 anos antes. Em 2013, as emissões de gases atingiram um nível de 9,5 gigatoneladas e vêm diminuindo a cada ano desde então.
Depois de quase duas décadas de aumento de emissões, o estudo, publicado na Nature Geoscience, mostra que a desaceleração do crescimento econômico na China facilitou a redução de emissões.
A queda de 4,2% desde 2016 está associada a mudanças na estrutura industrial e a um declínio na participação do carvão como fonte geradora de energia. A diminuição da intensidade energética (energia por unidade do PIB) e a intensidade das emissões (emissões por unidade de energia) também contribuíram para o declínio.
Apesar das boas perspectivas, os pesquisadores levantam um porém, que necessita de atenção. A dúvida é se a queda que a China vem apresentando pode ou não ser sustentada no futuro próximo. A principal questão se refere à desaceleração econômico. Caso a China se recupere, os cientistas questionam se o crescimento poderá reverter a tendência de queda de emissões.
É o que uma equipe de pesquisa das Universidade de East Anglia e de Cambridge, juntamente com pesquisadores da China e dos Estados Unidos, explorou isso. Os cientistas avaliaram os fatores que impulsionaram as emissões chinesas de 2007-2016, usando os dados mais recentes sobre energia, economia e indústria.
Emissões de gases podem flutuar
A conclusão é que as emissões da China podem flutuar nos próximos anos, e, com isso, o que aconteceu em 2013 pode não ter sido o pico final. De fato, os números preliminares para 2017 mostraram um aumento. No entanto, as mudanças nas atividades industriais, o uso do carvão e a eficiência que causaram o recente declínio têm raízes na estrutura em mutação da economia chinesa e das políticas governamentais de longo prazo.
“Como a principal nação emissora do mundo, essa reversão é motivo de otimismo cauteloso entre aqueles que buscam estabilizar o clima da Terra”, disse Dabo Guan, professor de economia da mudança climática.
Com informações da Goodnews Network