Xixi do folião do carnaval de Belo Horizonte vai virar adubo

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Um dos momentos do Carnaval de Belo Horizonte. Foto - Facebook-Carnaval de rua BH
Um dos momentos do Carnaval de Belo Horizonte. Foto - Facebook-Carnaval de rua BH

O Carnaval de Belo Horizonte, que hoje é considerado uma das festas mais animadas do país, pretende ser também sustentável. A prefeitura da capital, que promove os festejos de Momo, está incentivando os foliões a usar os banheiros químicos porque pretende transformar a urina em adubo.

E desta vez não haver desculpa do folião de que não encontrou um lugar adequado para esvaziar a bexiga. Os organizadores do Carnaval espalharam pela cidade cerca de 15 mil banheiros químicos, em vários pontos da capital.

A tecnologia que transforma o xixi em adubo foi desenvolvida pelo Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O projeto, batizado de P4Tree vai, entretanto, vai usar apenas 50 cabines durante os quatro dias do Carnaval, que terão uma identificação especial e uma equipe para orientar o usuário.

Banheiros químicos que transformam xixi em adubo tem identificação especial. Foto - P4Tree-Divulgação
Banheiros químicos que transformam xixi em adubo tem identificação especial. Foto – P4Tree-Divulgação

Essas cabines foram instaladas em pontos estratégicos no Barro Preto, bairro da região central, e no Parque Municipal. Para sensibilizar a população sobre a importância do projeto, os foliões que usarem esses banheiros vão ganhar sementes de plantas e flores.

A transformação do xixi em adubo se dá da seguinte forma: sachês de 200 g do material P4Tree são instalados nos banheiros químicos identificados. Em contato com a urina, o coletor filtra e separa o fósforo do restante dos elementos presentes no reservatório. Esse material é recolhido e transformado em adubo.

Cápsulas que captam o fósforo presente na urina para transformar em adubo. Foto - P4Tree-Divulgação
Cápsulas que captam o fósforo presente na urina para transformar em adubo. Foto – P4Tree-Divulgação

A expectativa é que sejam produzidos 50 quilos de fertilizantes a partir do material coletado durante a folia na capital mineira. Posteriormente, o adubo será aproveitado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica.

O Projeto

P4Tree, ou Pi for tree, significa, em tradução livre, xixi para as árvores. A tecnologia conta com refis de coletores instalados nos banheiros químicos. Ao receber a urina, o coletor filtra e separa o fósforo do restante dos elementos. Segundo os cientistas envolvidos no projeto, o material é capaz de suportar alguns dias de utilização sem necessidade de reposição.

Ao fim da folia, as amostras seguem para o laboratório de Química da UFMG, onde passam por um processo de desinfecção. Após desinfetado, o material é combinado a outros elementos para que possa ser utilizado em áreas verdes.

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