Sabores que temperam a vida

4
1060
Imagem de Imagem - Nat Aggiato - Pixabay
Imagem de Imagem - Nat Aggiato - Pixabay

Não importa em que parte da casa o “Velho” Osvaldo Rezende esteja. Cheirou, lá vem ele com a boca aguada que nem um cooorrrgo. Tanto faz se está no quarto descansando, na sala de prosa com alguém ou na varanda recebendo os acenos e cumprimentos de quem passa pela rua.

Por falar em varanda, pensando aqui. Quando criança a gente chamava esse lugar de “alpendre”. Lembro que moramos em uma casa que tinha um alpendre com ladrilhos em P&B. Ora a gente pulava no preto, ora no branco. E com uma perna só.
Olha eu abstraindo aqui, gente!
Voltando à vaca fria, seja no almoço, café da tarde ou no jantar, o cheirinho (ah, o cheirinho!) tem o poder de arrastar, não só o Papai, mas todos os Bicalho Resende para a cozinha. Segredo? Nenhum. Por aqui, a base é sal e alho. Na verdade, mais alho que sal. Sim, há coadjuvantes: cebola e a pimenta.
Também comparecem alguns convidados que são um luxo só. Vêm da horta na forma de um bouquet. Até há pouco tempo papai colhia a cebolinha, a salsa, o tomilho, o alecrim, o manjericão e a sálvia e atava o molhe com uma fita de embira. Hoje, a tarefa está por conta do Ricardo, do Beto e da Jacq.

Gilda também tem se revelado uma ótima horticultora. Mas, no caso dela, nem pense em canteiros. Gilda só semeia em vasos. Ah, ela tem plantado frutas também. O limoeiro já está produzindo. O abacateiro vai demorar um pouco mais, segundo a Gilda, uns sete anos. Diz que está plantando para que os sobrinhos netos colham. O pomar da Gilda também tem o dedo do Tio Francisco. Ele doou uma muda de jabuticabeira. Tem quase um metro de altura. Sinal que vai frutificar mais cedo. Notícia boa, né?
Voltando à cozinha, também usamos louro, açafrão, gengibre e cominho nas nossas receitas. Mas, a queridinha da vez é mesmo a páprica. Seja ela doce, defumada ou picante. Amamos todas. Ontem mesmo usei para temperar o frango. O sabor casou direitinho com o arroz, que ainda ganhou tomate, cebola, pimenta. O resultado foi uma galinhada (ou seria “frangada”?) super saborosa.
Se a família é meio conservadora em se tratando de sabores, eu fujo um pouco à regra. Gosto de inovar. Ando doidinha para experimentar um purê de batata doce com castanha do Pará. Aprendi no “Tempero de Família”. Obra do fofo do Rodrigo Hilbert. Super fácil. É só descascar as batatas, cozinhá-las e, ainda quentes, amassar as bonitas. Depois é só juntar as castanhas trituradas, um pouco de leite de vaca, um pouco de leite de coco, manteiga e sal. Misturou, tá pronto. Parece ser uma delícia. Ótimo acompanhamento para uma carne assada. De porco, de preferência.

Eu, como sou do tipo atrevida, que mete a colher em tudo, acrescentaria um pouco de noz moscada. Por cima, cebolinha e salsa colhidas direto da horta.
Só pra finalizar, preciso ser justa e fazer uma correção. Como para toda regra há exceção, nem todo mundo lá de casa tem o paladar conservador. Há exceções. Beto, por exemplo, ama quando preparo farofas que levam ameixas e saladas que ganham frutas como ingredientes.
Pensando nisso, vou repetir aquele ceviche de morangos. Indo para a cozinha. É lá que a mágica acontece. Abracadabra! Todos à mesa. Daqui a pouco tem comida perfumando a casa.

4 COMMENTS

    • Minha querida, a gente realmente come com os olhos. Um prato, por mais simplório que seja, tem que agradar o olhar, né mesmo?

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here