Coração artificial vai começar a ser vendido no 2º semestre

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Coração artificial é esperança para milhares de pessoas que precisam de um transplante. Fotos - Carmat-divulgação
Coração artificial é esperança para milhares de pessoas que precisam de um transplante. Fotos - Carmat-divulgação

O drama de milhares de pacientes mundo afora que precisam de um transplante de coração e não encontram um doador pode estar perto do fim. A empresa francesa Carmat anunciou que vai começar a vender no segundo semestre um coração artificial, batizado de Aeson, que foi desenvolvido ao longo de 30 anos.

O dispositivo é projetado para imitar um coração real usando materiais biológicos e sensores. Pesando 900g e alimentado por baterias, o coração artificial atua essencialmente como uma bomba mecânica para regular o fluxo sanguíneo.

“A ideia desse coração, que nasceu há quase 30 anos, era criar um aparelho que substituísse o transplante de coração, um aparelho que funciona fisiologicamente como um coração humano, pulsante, autorregulado e compatível com o sangue”, explicou Stéphane Piat, CEO da empresa Carmat.

O Aeson foi projetado para substituir um coração verdadeiro por anos em pacientes com insuficiência cardíaca biventricular em estágio terminal. Trata-se de um quadro mortal, em que o coração não é mais capaz de bombear o sangue de forma adequada pelo corpo. 

Mas, por enquanto, ele só foi aprovado pela agência reguladora da Comissão Europeia como um implante temporário para aqueles que aguardam um transplante de coração. A Alemanha será o primeiro país a comercializar o coração artificial, seguido da França.

Principal causa de mortes no mundo

As doenças cardíacas são a principal causa de morte em todo o mundo e a escassez de doadores para transplantes é um problema enfrentado pela grande maioria dos países. As estimativas dão conta de que 26 milhões de pessoas morrem por ano por problemas cardíacos.

Coração artificial da empresa francesa Carmat foi batizado de Aeson
Coração artificial da empresa francesa Carmat foi batizado de Aeson

O Brasil, conforme informações da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), só consegue atender cerca de 20% da demanda por transplante de coração. A estimativa é que cerca de 200 pessoas aguardam na filha por um doador. E este é o principal problema: faltam doares – além de centros especializados para realizar as cirurgias.

De acordo com a ABTO, a realização de transplantes em todo o país vem sendo afetada pela pandemia do novo coronavírus. Em abril do ano passado, um balanço divulgado pela ABTO já mostrava uma queda de 34% na realização de transplantes de rins, fígado, coração e pâncreas.

Na França, Alemanha, Itália, Espanha e Grã-Bretanha a estimativa é que cerca de 2 mil pacientes estejam na fila aguardando um transplante de coração. Situação que poderá ser minimizada com a chegada ao mercado do coração artificial Aeson.

A primeira cirurgia usando o coração artificial da Carmat foi feita na França em 2015. Na época, o homem transplantado, de 69 anos, disse à imprensa francesa que nunca havia se sentido tão bem. ““Eu caminho, me levanto e me curvo 10 a 15 vezes por dia, sem nenhum problema. Eu mantenho meu equilíbrio”, contou o senhor operado.

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